quinta-feira, 11 de outubro de 2012


Há dois anos Harvey Pekar foi encontrado morto por sua esposa em sua casa. Aos 70 anos de idade o velho ranzinza mais genial desse planeta vazou dessa pra melhor antes do tempo. Ou melhor, no tempo certo.

Sou suspeito para falar do talento do velho Pekar, prefiro apenas prestar uma simples homenagem para aquele, que pra mim, vai ser um dos maiores de todos os tempos no quesito Histórias em Quadrinhos.

Comentei  na época sobre a possibilidade de fazermos essa homenagem com o Elton (cartunista que me retratou em tirinhas),  e colocamos o Fernando lado a lado do Pekar, em seu habitat natural. Fernando que male má conhece o Paraguai, vai até Cleveland (cidade natal de Harvey), e como que por encanto (coisa que só as HQs, tem o poder de realizar), a dupla caminha pela gélida cidade do interior Americano. Muitos podem pensar. Mas o que tem em comum o Fernando e o Harvey? Posso lhe afirmar que muito mais do que você imagina ….apenas isso.

A partir de 1976, quando Harvey Pekar juntou uns trocados e lançou a primeira edição de American Splendor, sua vida nunca mais foi à mesma. O mesmo posso dizer da primeira vez que tive contato com o trabalho do cara junto com traço do Crumb, dali em diante foi impossível observar a arte das Histórias em Quadrinhos de forma igual.

Harvey nunca teve outra ambição além de contar fatos rotineiros da sua vida. Algo não muito interessante à primeira vista, em se tratando de um mero arquivista de hospital em Cleveland. Mas ai é que está, o menos sempre é mais para aquele que consegue transmitir o que pensa com originalidade e transparência, e o mais interessante, sem se entregar a arquétipos e outras maquiagens que a cada segundo surgem, influenciam milhões que padecem de criatividade e se entregam a fórmulas baratas de retorno muitas vezes tão instantâneo como seu sumiço.

"Harvey Pekar foi um cara que nunca escondeu de ninguém o que pensava, e por ser assim suportava como poucos o fardo de ser original."


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