Ser Pai está cada vez mais
complexo. Não basta pura e simplesmente ser um profissional competente, tem que
ser virar na cozinha também. E cá entre nós. Tem Pais por ai que são uma
negação por lá. Não sabem fazer arroz, não sabem fazer carne, não sabem fazer
doce. A única coisa que sabem fazer na
cozinha é bagunça.
O fato é que assumir a
paternidade e ser Pai são coisas completamente opostas. O sujeito só é visto
como um Pai com “P” maiúsculo quando deixa o filho vencê-lo no Mortal Kombat.
Pai que é Pai encara a função
como se fosse profissão. O meu mesmo fez até teste vocacional para assumir o
cargo. Acho até que ele é muito careta. É tão careta que o único cigarro que
ele fumou na vida foi de chocolate.
É um Pai diferenciado, muito a
frente do seu tempo. Minha mãe mesmo tem vergonha dele. Ele tem mais peitos que
ela. Ainda criança quando meu Pai me revelou que uma cegonha havia me trazido
para casa. Fiquei em dúvida se éramos muito pobres ou meu parto havia sido num
zoológico.
Estou meio receoso a respeito do
que dar a ele de presente. Ano passado fui presenteá-lo com um Dvd da Ivete Sangalo e ele ficou bravo:
“-Você disse que ia me dar um presente, não uma bomba!”
Sei que puxo a sardinha de
maneira excessiva para o meu velho, mas não consigo deixar de ressaltar suas
qualidades. Estava conversando com um amigo e não resisti: “-Meu Pai tem
elegância, é sincero, generoso e tem bom gosto musical!” Ele duvidou do que eu
falava e me trucou: “-Pelo visto teu Pai é completo mesmo, não falta nada nele
não?” “-Falta cabelo!”
Depois de meia dúzia de chopes, a
conversa paterna fluiu mais que a nascente do Rio Amazonas, e me senti à
vontade para perguntar sobre os Pais do amigo em questão. E ele quase que
chorando me confessou: “- Meu Pai e minha mãe são separados. Gosto muito dele,
só não gosto mais por causa da sua INSISTENTE!” Eu: “-Insistente, é quem? A
outra mulher que ele arranjou?” “-Insistente falta de dinheiro!”
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