domingo, 11 de agosto de 2013

Ó Pai i Ó....



Ser Pai está cada vez mais complexo. Não basta pura e simplesmente ser um profissional competente, tem que ser virar na cozinha também. E cá entre nós. Tem Pais por ai que são uma negação por lá. Não sabem fazer arroz, não sabem fazer carne, não sabem fazer doce.  A única coisa que sabem fazer na cozinha é bagunça.

O fato é que assumir a paternidade e ser Pai são coisas completamente opostas. O sujeito só é visto como um Pai com “P” maiúsculo quando deixa o filho vencê-lo no Mortal Kombat.

Pai que é Pai encara a função como se fosse profissão. O meu mesmo fez até teste vocacional para assumir o cargo. Acho até que ele é muito careta. É tão careta que o único cigarro que ele fumou na vida foi de chocolate.

É um Pai diferenciado, muito a frente do seu tempo. Minha mãe mesmo tem vergonha dele. Ele tem mais peitos que ela. Ainda criança quando meu Pai me revelou que uma cegonha havia me trazido para casa. Fiquei em dúvida se éramos muito pobres ou meu parto havia sido num zoológico.

Estou meio receoso a respeito do que dar a ele de presente. Ano passado fui presenteá-lo com um   Dvd da Ivete Sangalo e ele ficou bravo: “-Você disse que ia me dar um presente, não uma bomba!”

Sei que puxo a sardinha de maneira excessiva para o meu velho, mas não consigo deixar de ressaltar suas qualidades. Estava conversando com um amigo e não resisti: “-Meu Pai tem elegância, é sincero, generoso e tem bom gosto musical!” Ele duvidou do que eu falava e me trucou: “-Pelo visto teu Pai é completo mesmo, não falta nada nele não?” “-Falta cabelo!”


Depois de meia dúzia de chopes, a conversa paterna fluiu mais que a nascente do Rio Amazonas, e me senti à vontade para perguntar sobre os Pais do amigo em questão. E ele quase que chorando me confessou: “- Meu Pai e minha mãe são separados. Gosto muito dele, só não gosto mais por causa da sua INSISTENTE!” Eu: “-Insistente, é quem? A outra mulher que ele arranjou?” “-Insistente falta de dinheiro!”

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