Sempre tive medo daquele moleque
estampado na embalagem da Farinha Pinduca. Nossa! Ainda criança quando pela
primeira vez minha Avó colocou aquela farinha na mesa à minha frente e dei de
cara com aquele guri me encarando achei que era o Zé Gotinha.
Tinha medo de comer aquela
farinha e meus cabelos caírem. Afinal, o moleque não tinha um fio de cabelo
naquela cabeçola. Até hoje tenho dúvidas se ele era filho do Kojak ou estava
fazendo quimioterapia.
A cabeça dele era imensa, muito
grande. Tão grande que havia uma embalagem para ele e outra só para a cabeça. O
pai dele não o levá-la para praia no final do ano porque não tinha dinheiro
suficiente para comprar protetor solar para passar no seu cabeção.
Sua cabeça era tão grande que os
piolhos tinham que chamar um taxi para se locomover de uma orelha para a
outra. A cabeça dele tão grande que se
tivesse nascido em tempos idos seu apelido seria Capitanias Hereditárias.
Mas o trauma foi passando aos
poucos. Na medida em que fui crescendo percebi tamanha bobagem que minha mente
havia criado. Que besteira, como pude ser tão idiota ao ponto de confundir
aquele menino da embalagem da farinha com um orelhão público. Aos poucos fui me
livrando daquilo e quando achava que estava finalmente liberto de tal trauma me
aparece o Ronaldinho Fenômeno na Copa do mundo.
Juro que não conseguia ver os
jogos do Brasil. Era ver o Ronaldinho Fenômeno enfileirado cantando o hino com
os demais jogadores que lembrava da Pinduca. Um dia no colégio me peguei
cantando o hino nacional de maneira ridícula. “Ouviram do Ipiranga as margens
da Farinha. De um povo heróico o brado da Pinduca.”
Mas, como tudo nessa vida passa,
menos eu no Enem. O trauma passou. Sinto-me livre finalmente. É óbvio que não
abuso muito também. Esses dias na locadora quando peguei o Dvd do X-Men na mão
para assistir e vi o Dr. Charles Xavier junto com os mutantes, pensei comigo.
Melhor não, melhor pegar uma comédia.
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