Herdei a preguiça de minha mãe.
Minha progenitora é tão preguiçosa que me levou para fazer o teste do pezinho
quando eu já calçava 40. Não tenho preguiça. Tenho falta de pressa. Só não
colei as figurinhas do álbum da Copa do Mundo de 70 ainda por falta de tempo.
Minha preguiça é tão desenvolvida que ela me impede que eu tenha preguiça.
Não tenho preguiça. Só acho que
dormir com a luz do quarto acesa é muito mais seguro. Deixar os talheres
acumularem na pia da cozinha durante uma semana não é preguiça é uma forma de
colaborar com a preservação do meio ambiente. Não tenho preguiça é que
simplesmente acho que usar a mesma calça durante quinze dias ajuda a definir o
caimento. Caimento de café, caimento de catchup, caimento de higiene.
Não sou um comediante medíocre,
sem existência própria ou de raras habilidades artísticas literárias ou de
qualquer natureza publica. Simplesmente não as exerço para evitar a futura
trabalheira de um biógrafo preguiçoso.
A vontade pode até ser grande,
mas a preguiça é maior que o rabo do vestido da noiva. Minha irmã é tão
preguiçosa que na saída da igreja no dia do seu casamento não foi recebida com
arroz, mas com travesseiros.
Se eu fosse o criador, todos os
animais nasceriam sem rabo. Não é preguiça é excesso de cautela. O rabo só é
funcional se a cara da Vaca for muito feia. O Cachorro sem rabo, por exemplo, é
muito mais aerodinâmico. Ele não anda ele desfila, ele não caminha ele se impõe
demonstrando virilidade e testosterona. Pode ser o cachorro mais fuleiro que
existe, pode ser um Pintcher nanico e magrelo da galera do Mst, se não tiver um
rabão e for cotoco vai parecer o Pitbull da Dilma. O maior paradoxo do rabo é o
Político corrupto. Mesmo tendo o rabo preso ele continua solto.
Algumas correntes religiosas
dizem que o criador era preguiçoso porque era homem. Se fosse mulher tinha
feito o mundo em dois dias. Nos outros cinco ia aproveitar o tempo e fazer
faxina na casa, visitar a mãe no sítio, assinar o boletim do moleque na escola
e ler “Guerra e Paz ......em Russo”.
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